Minha formação fundamental foi em uma boa escola pública (tempos
dourados). Estudante dedicada, obtive aprovação para cursar nível médio-profissionalizante
na “Escola Técnica”, atualmente conhecida como “Instituto Federal”.
Na “Escola” conciliei estudo com trabalho e juntei umas
economias - o que permitiu parar de trabalhar para me dedicar ao vestibular. Conseqüentemente,
fui aprovada na “Universidade Federal”, período em que retornei a conciliar estudo
e trabalho.
Eu e vários colegas, incluindo provenientes de conceituados colégios
particulares, tivemos dificuldade em assimilar determinadas disciplinas. Muitos
desistiram no meio do caminho (tempos difíceis).
Lembro-me de um “programa de integração” para estrangeiros em
que os “melhores” alunos poderiam cursar parte da graduação no Brasil e a outra
parte em seus países de origem, em uma das universidades parceiras. Tive
contato direto com alguns desses alunos - os que vinham de regiões com ensino deficiente
mais pareciam ter sido selecionados unicamente pelo fator socioeconômico - a dificuldade
em “acompanhar” o cronograma de estudos era alarmante (desconheço quem tenha
conseguido ir até o fim). Ajuda por parte dos colegas e dos professores não
faltava, mas era quase impossível igualar o ritmo de alunos que entravam na
faculdade tendo como “bê-á-bá" aprender/aplicar Cálculo, com o ritmo de alunos
que consideravam a fórmula de Bhaskara difícil (não é exagero, infelizmente).
Não sei como se dava essa conexão em outras unidades acadêmicas, o que posso
afirmar é que nos centros de Ciência e Tecnologia a experiência foi desastrosa.
Alguns anos passaram, consegui o canudo e voltei a sentir
necessidade de avançar em minha jornada. Hoje, aspiro passar pelo funil de um concorrido concurso
público e, para obter um melhor rendimento nos estudos, optei por
trabalhar informalmente. Meu objetivo profissional exige “sacrifícios” e ainda
não foi assistido pelas cotas - se assim fosse, recusaria (mesmo preenchendo vários
quesitos para ser classificada como “minoria”).
Alguns cursos superiores exigem um ritmo acelerado de
estudos. A acirrada disputa no mercado de trabalho requer isso e, para muitas profissões,
o diploma de 3º grau significa apenas um das pré-condições. Então, o que adianta
entrar em uma universidade e não ter subsídios para concluir o curso? Será que as
medidas paliativas já foram pensadas? Trabalhos dirigidos, “n” provas de recuperação
ou provas diferenciadas, aulas de reforço, diminuir a qualidade do ensino
superior ou dilatá-lo em décadas?
Defendo que a inclusão das “minorias” começará a ser possível
quando o ensino, principalmente o de base, proporcionar uma eficiente absorção
de conteúdo acadêmico, aliada a formação de alunos com espírito crítico e
reflexivo.
Acho q é um assunto muito delicado. Não tenho posição definida, embora ache o próprio sistema de cotas uma forma de discriminação. Mas por outro lado, o ensino público do Brasil está abaixo do particular, e nem todos tem condições de estudar em escolas privadas. Porém, não acho que as cotas sejam a solução.
ResponderExcluirSe puder, visite: http://bolanooctogono.blogspot.com.br/
Reforçar o ensino de base nas escolas públicas é mesmo fundamental... é uma questão de respeito à cidadania...
ResponderExcluirEu sou a favor das cotas sim. É uma forma muito boa de inclusão social e que beneficia pouquíssimas pessoas. Mesmo com as cotas não vejo muitos negros na universidade em que estudo. E aqueles que concorrem é porque querem estudar e correr atrás. todos sabem que a faculdade é uma dureza e o fato de ter vindo de uma escola de base ruim não pode ser um parâmetro para saber se a pessoa vai ou não ter sucesso. Mesmo com as cotas as universidades, tanto públicas como privadas continuam com poucos negros. Por isso sou muito a favor das cotas.
ResponderExcluirgde abrsss
Fernando dos Santos
http://fernopinari.blogspot.com.br/
É complicado, eu, a minha pessoa, sou contra ao sistema de cotas. Já estudei em escolas privadas, até ao 4º ano do ensino fundamental, o sistema de cotas me impediu de entrar em 2 faculdades e eu perdi muito.
ResponderExcluirPenso que eles facilitam para uns e dificultam para os outros, é injusto!
http://textos-e-trechos.blogspot.com.br/