Mais um ano
em que não me sinto contagiada pelo espírito carnavalesco. A cada ano, os
festejos sofrem mutações que não consigo digerir. Compreendo que gerações vêm e
vão e com isso são inevitáveis as mudanças nos costumes sócio-culturais, mas creio
que mudanças só têm valor quando agregam valor.
O Carnaval
para se ver, selecionado a dedo pela mídia, nunca me empolgou. Conheço e
reconheço o importante trabalho para a realização de tal evento, principalmente
para as comunidades envolvidas, mas esse trabalho está tão escondidinho nos
bastidores que a principal infeliz imagem que fica (é imposta) na minha mente é
bunda. Imagino o que fica na mente de
quem acha que Carnaval resume-se a quatro dias e meio de folga do trabalho e
dos estudos.
É lamentável
ver que boa parcela dos meios de comunicação (e da população) dê grande
importância as “bundas engrandecedoras” da festa, o menor de todos os tapa-sexo
(isso quando não cai um “por acidente”), as musas que serão fotoshipadas para a próxima edição de
“nu artístico”, as músicas, bandas e cantores mais fúteis e efêmeros da vez.
Já o
Carnaval para se brincar, o de rua, era o que costumava arrancar sorrisos meus,
mas até esse começa a sofrer com as exigências do folião globalizado. Hoje, o
Carnaval de rua está mais preocupado em agradar turistas e seguir modismos, as
tradições regionais estão cedendo espaço para os ritmos e hits do momento. Em
minha rua, por exemplo, teve até funk* no tradicional Desfile das Virgens.
Nosso forrozinho* ganhou mais um adversário nos dias em que “o povo brasileiro
é só samba*!”. Do jeito que as coisas vão, em breve, não fará a mínima
diferença comemorar o Carnaval na cidade natal ou fora dela.
Tudo está
ficando tão igual e, na minha opinião, quanto mais igual mais sem graça também.
* Tenho
visto muitos posts por aí criticando funk, forró e samba. Não são meus ritmos
preferidos, mas tenho apreço pelos mesmos (os DE RAIZ). Detesto generalizações;
rotular um ou outro ritmo, aliás, o que quer que seja, tomando como amostra alguém,
algo ou grupo ínfimo é injusto. O ibope não está preocupado com boa qualidade e
sim com números, resta-nos diferenciar.
carnaval atualmente é uma data para enriquecer o bolso do vendedor de cerveja, o dono de trio elétrico e essas bandas de axé,para mim nao tem mais sentido essa data...
ResponderExcluirhttp://rfgamesx.blogspot.com/
caramba mto legal
ResponderExcluirparabéns... falar o q
nem tem o q dizer
ótimo post
seu blog tmbm é mto bom
bem montado e tal
parabéns novamente
<>
visite-nos e comente tmbm
gostando siga e avise que retribuiremos
se seguir deixe o aviso no comentário
deixando o seu link para retribuirmos
<>
grato
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http://mikaelmoraes.blogspot.com
Eu penso como você, e até acrescento que hoje as pessoas não sabem mais se divertir sem arrumar uma confusão, tudo acaba na delegacia. Pois é. Gostei do post, beijos.
ResponderExcluirótimo post :)
ResponderExcluirNa Bahia é aquele elitismo, onde quem pode paga para vestir-se e participar de blocos. No Rio e SP é a mídia mais visível com suas 'musas siliconadas' que usam a festa para se promover e conseguir contratos. No fim, a festa que a princípio seria coletiva, tem apenas alguns felizes, enriquecidos com as verbas do governo, dinheiro da publicidade, venda de cerveja, discos. E quando isso acontece, já não é mais uma festa popular...
ResponderExcluirA banalização do Carnaval, serve apenas para mostrar uma festa que não é real. É utópica. Por tras de tudo isso existe uma podridão tamanha que infelizmente as pessoas parecem não entender.
ResponderExcluirEnfim, há gosto para tudo.
Carnaval já foi Carnaval um dia.
Ótima semana e muito obrigado pelas palavras lá no blog.
O carnaval antigamente era usado apenas como desculpa para se fazer o que não era "socialmente permitido" no resto do ano. Hoje em dia está tudo tão liberado que até esta função do carnaval perdeu o propósito. Não critico quem goste, se empolgue, passe horas no trânsito, aperto em bloco, essas coisas... eu aproveito o feriado para descansar e visitar familiares.
ResponderExcluirConcordo com você e não vejo por onde melhorar, infelizmente. Vejo nossa cultura e nossa identidade se perdendo cada vez mais por um ideal financeiro. Obrigada pela visita. Beijos!
ResponderExcluirAna
ResponderExcluirBom dia. Já deixei anteriormente meu breve comentário sobre sua postagem, porém, hoje é diferente.
Todos os dias são especiais para as mulheres.
Hoje é mais especial ainda (8 de Março).
Parabéns!
Abraço e tenha um ótimo dia.
sinto falta daquele carnaval da Clarice Lispector, aquele de Restos de Carnaval no Felicidade Clandestina. Na minha cidade quase nao tem nada mas costumava passar no litoral e a cosia era boa. Agora virou só um monte de gente atras de trio-eletrico, é quase um ano novo mais longo. A única festa que expressa a cultura brasileira ta se transformando em coisa nenhuma. Ainda sonho em passar o carnaval em salvador, antes que tudo se perca de vez.
ResponderExcluirMuito bom viu. òtima postagem, lúcida, coesa e fluente.
ResponderExcluirParabéns, estou seguindo.