domingo, 13 de fevereiro de 2011

O velho bate-papo

Hoje, reencontrei uma amiga de infância e ficamos horas relembrando bons momentos vividos. Um deles foi quando aliciei todas as minhas amigas a freqüentarem as tradicionais salas de bate-papo (na época existia papo). Fazia tanta propaganda para elas que em menos de um mês de divulgação, todas as solteiras “por opção” estavam namorando - namoro virtual, mas era namoro.

Eu, evidentemente, também estava namorando. Três semanas de muito beijo virtual até decidir convidar o rapaz para um encontro real. Meu então namorado sugeriu que deveríamos nos encontrar em um lugar bastante movimentado (óbvio!) e perguntou se poderia levar um amigo, para “conversar” com alguma amiga minha (não sei quem estava sentindo mais medo he he). Concordei e, após a difícil tarefa de procurar/encontrar uma solteira (fidelidade virtual era levada a sério), foram mais quatro semanas de espera até que o novo casal entrasse em sintonia.

Chegado o dia do encontro (até que enfim!), foi um rebuliço só! Lembro que não existiam as milagrosas chapinhas e cia - para domar minhas revoltadas madeixas precisei usar meio pote de condicionador. Já com minha amiga a emoção foi um pouco maior pois resolvera fazer sua primeira depilação - tudo para não fazer feio na “hora H” (ainda que beijinhos fosse a máxima possibilidade). Os detalhes estéticos foram muitos, queríamos ficar maravilhosas para o momento! Afinal, iríamos nos encontrar com homens espetaculares! Meu namorado se descrevia como um moreno alto, cabelos lisos/compridos; o namorado da minha amiga se auto-denominava um lindo loiro, olhos cor de mel; ambos afirmavam serem sarados, praticantes de jiu-jitsu blá blá blá (sei... sei... o velho conto do Eros e a da Afrodite, mas na época muitos caíram).

Exatamente na hora marcada (chegamos uma hora antes), eis que surgem os dois. Ainda longe, tivemos certeza de que eram os dito cujos: nossos ex-futuros namorados! O meu ex com uma juba tão extravagante que deixaria até o Slash tímido; o ex da minha amiga com sua camisa de estimação: a da caveira (se ele ao menos tivesse tido o bom-senso de dizer que a caveira estaria sentada em um arco-íris e jogando flores ao vento). Para completar a situação, ambos eram tão mirradinhos que mais pareciam fugitivos do pré-escolar. Minha amiga e eu tivemos um surto de enxaqueca naquele e nos três dias seguintes também... (mensagem dada).

Fiquei um bom tempo remoendo sentimento de culpa: excluir a oportunidade de conhecer alguém só porque não tinha os atributos físicos agradáveis ao meu gostinho pessoal não era (e não é) do meio feitio, mas nesse caso fiquei sem alternativa. Foram quase dois meses sendo cortejada pelo Gianecchini para na hora do vamos ver aparecer o Shrek... Muita informação para uma cabeça recém adolescente.

 
Mas foram bons tempos aqueles, o imaginário tinha um certo grau de ingenuidade. Conheci pessoas interessantes; fiz amizades; até as desilusões amorosas deixaram boas lembranças. As conversas, mesmo começando com os sagrados “nomidade” e “de onde tc”, fluíam. Hoje, encontrar alguém bacana em salas de bate-papo é raro; o “diálogo” flui apenas para quem “curte cam”.

7 comentários:

  1. adoro quando esses encontros casuais ocorem, recentimente tive uma experiência parecida.

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  2. Hum...fiquei com a pulga atrás da orelha. Tadinha de você e sua amiga. Mas (sempre tem o mais) desconfio que vocês meninas devam ter passado um perfil 'Gisele Bündchen' para os garotos - ou estou enganado? rsrsrsr.
    Abs.

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  3. Eu também fiz muitas amizades nas salas de bate-papo - as minhas, do UOL, ainda na era pré-ICQ. Só que, no "nosso" caso, essas furadas não existiam, pois os papos virtuais viravam encontros reais da galera toda semana.
    Mas, realmente, as lembranças dessa época são muito queridas, como são os amigos que restaram.

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  4. ée isso me lembra a época do bate-papo uol , hahah acho que voce e sua amiga devem ter se passado por Gisele ², hahah brincadeira , mas era engraçado ficar no chat
    _________________________________-
    http://blog-do-binao.blogspot.com/

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  5. Estou "casado" já vão fazer 3 anos.. e conheci na net.. tudo começou de forma virtual, e quando fomos ver, vivemos no mundo real, felizes pra sempre...heheheheheh

    Te seguindo!

    http://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/

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  6. Vai saber o que está do outro lado da tela não é mesmo? Tudo bem, hoje em dia tem webcam, mas o que importa não é o "visual", ajuda, claro, mas é preciso ter muito cuidado porque a internet está cheia de armadilhas.
    Um abraço e bom domingo.

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  7. Ótima história sua. Realmente, esse lance de relacionamento virtual é uma faca de dois gumes. Lógico que tem gente bem intencionada e até já houve histórias de relacionamentos que se alicerçaram até chegar a um casamento, mas são raras excessões. Tem que se ter muita prudência.

    Gostei muito do teu blog. Parabéns.

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